Hoje o céu desperta em tom carmesim
Como o sangue dos garotos, derramado
Em solo escuro de porão belicoso
Gargantas trancadas do grito calado
A mãe cuja lágrima chora a ausência do corpo
Ainda busca parte do que foi um dia
A pequena e rosada bênção em seus braços
Levada pelo calor de um veraneio, aturdida
Era cíclica que gira a engrenagem e volta
Abandona os verdes campos de esperança
Encaminha à concentração de outros campos
Para poucos aforados, tempos de bonança
A nós, poetas, resta a contenda
De tinta e papel disparados contra o medo
Cores de um arco-íris rasgado em fúria
Erguemo-nos, enfim, protagonistas do enredo.
D. Bruno
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