quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Quinto


No fim do caminho, depois de muito peregrinar
Encontramos lá no topo aquele lugar só nosso
Um lugar doce, como bolo recém saído do forno

Ambiente embebido em perfume familiar de estranhos com quem cruzamos  
Depois de longas horas a fio sonhando com um passado partilhado 
Em busca frenética por algo que nunca encontramos 
Até que o relógio da vida bate e nos desperta para o mundo real
Nos tirando o torpor que é esse mundo de ilusões aprazíveis 
E nos jogando nesse cosmos de realidade onde todos disfarçam os sentimentos 

Quebro destemida a cadeia dessa farsa dissimulada 
Botando em evidência abertamente tudo aquilo que o coração guarda mas não pode exprimir 
Suprimo a gana de te impor minhas vontades mais desmedidas 
Pois é apenas o fascínio não cicatrizado do amor que sinto por ti 

Fechando os olhos, posso sentir o aroma das flores de laranjeiras daquele poema que te fiz 
Inspirado em algo que só eu e tu sabemos de verdade o que significa 
E a cada dia que passa notamos que o apego está se alterando
Transformando-se em algo que não podemos controlar facilmente 

Mas ameniza o ardor que nos consome, inertes em aceitação 
Trazendo a certeza de que, enfim, nossos caminhos já foram percorridos 
E que estamos juntos no topo do nosso doce lugar
De corpos colados ao sol.

D.Bruno 


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